18/05/2007 - 07h05
Roteiro: saiba como fazer envie esta matéria por e-mail
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
Uma das máximas do argentino Miguel Machalski é “o personagem que mais surpreende o público antes surpreendeu o próprio autor”. Quem não ligou nome à pessoa, pense nos filmes Menina de Ouro, de Clint Eastwood, Mar Adentro, de Alejandro Amenábar, ou Femme Fatale, de Brian de Palma, por exemplo. Machalski não foi o autor dos roteiros destes filmes; foi consultor, e de outros projetos também.
Para falar sobre o papel do roteiro na elaboração de um filme, do roteirista como ator invisível do mesmo e como usar o cinema na exploração de conflitos de e entre personagens, Machalski faz nesta sexta-feira, em Santo André, a palestra Anatomia do Roteiro, com apoio da ELCV (Escola Livre de Cinema e Vídeo). Tem entrada franca e é aberta ao público em geral, a partir das 19h30, no anfiteatro do Teatro Municipal.
É a primeira vez que o consultor, supervisor, script editor e tradutor de roteiros audiovisuais vem ao Brasil para falar sobre seu campo de atuação. Além da palestra, Machalski dará uma clínica de roteiro exclusiva para alunos da ELCV. Na semana que vem, na Cultura Inglesa da Vila Mariana, em São Paulo, fará workshops, que estão com inscrições esgotadas. Na próxima terça-feira (22), fará nova palestra aberta ao público, às 19h, no Centro Brasileiro Britânico (r. Ferreira de Araújo, 741, Pinheiros, São Paulo).
Desenvolvimento de roteiros, assessoria em pitching (como apresentar, em resumo, uma história, seus pontos de vista criativos e viabilidade) e consultoria de projetos são os ramos de ensino em que Machalski atua em Paris, onde vive há 30 anos. É professor do CEEA (Conservatoire Européen d’Ecriture Audiovisuelle), além da EICTV (Escuela Internacional de Cine y Televisión, de Cuba) e de projetos de pós-graduação em roteiro da Factoría del Guión, em Madri, Espanha. Ministra oficinas em cidades européias e em Buenos Aires, sua terra natal.
Machalski presta serviços para produtoras da indústria francesa como Gaumont, TF1, FR3 e Studio Canal, e companhias de médio porte em outros países. Fez consultoria de roteiros para os filmes Billy Elliot, de Stephen Daldry, Intimidade, de Patrice Chéreau, Plata Quemada, de Marcelo Piñeyro, Sarabanda, de Ingmar Bergman, Tango e Goya, ambos de Carlos Saura, e Spider – Desafie Sua Mente, de David Cronenberg.
Machalski não pretende impor regras, pelo menos, não tem sido essa a ementa de cursos e oficinas que tem ministrado. Ele fala de roteiro como um organismo dentro do qual os personagens são o coração, e por isso recebem dimensões emocionais. O objetivo do roteirista, segundo Machalski, é converter personagens em pessoas, que, como tais, devem ter lados obscuros e mudanças inesperadas.
Assim como é notório constatar que o cinema argentino contemporâneo tem emplacado histórias bem amarradas em linguagem cinematográfica, também é notório lembrar que o roteiro era um dos alvos críticos na engrenagem do cinema brasileiro. Em sua visita ao Brasil, Machalski deve demonstrar que para uma boa história chegar ao público, conhecer a técnica da linguagem é tão importante quanto explosões de criatividade. Ou seja, seguindo um aforismo conhecido no meio cinematográfico, com um bom roteiro pode-se fazer um filme ruim, mas de roteiros ruins nunca sairão bons filmes.
Miguel Machalski – palestra sobre roteiros de cinema. Nesta sexta-feira, às 19h30. Anfiteatro Heleni Guariba (auditório do Teatro Municipal) – pça. IV Centenário, s/nº, Centro, Santo André. Tel.: 4433-0716. Entrada franca.
Roteiro: saiba como fazer envie esta matéria por e-mail
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
Uma das máximas do argentino Miguel Machalski é “o personagem que mais surpreende o público antes surpreendeu o próprio autor”. Quem não ligou nome à pessoa, pense nos filmes Menina de Ouro, de Clint Eastwood, Mar Adentro, de Alejandro Amenábar, ou Femme Fatale, de Brian de Palma, por exemplo. Machalski não foi o autor dos roteiros destes filmes; foi consultor, e de outros projetos também.
Para falar sobre o papel do roteiro na elaboração de um filme, do roteirista como ator invisível do mesmo e como usar o cinema na exploração de conflitos de e entre personagens, Machalski faz nesta sexta-feira, em Santo André, a palestra Anatomia do Roteiro, com apoio da ELCV (Escola Livre de Cinema e Vídeo). Tem entrada franca e é aberta ao público em geral, a partir das 19h30, no anfiteatro do Teatro Municipal.
É a primeira vez que o consultor, supervisor, script editor e tradutor de roteiros audiovisuais vem ao Brasil para falar sobre seu campo de atuação. Além da palestra, Machalski dará uma clínica de roteiro exclusiva para alunos da ELCV. Na semana que vem, na Cultura Inglesa da Vila Mariana, em São Paulo, fará workshops, que estão com inscrições esgotadas. Na próxima terça-feira (22), fará nova palestra aberta ao público, às 19h, no Centro Brasileiro Britânico (r. Ferreira de Araújo, 741, Pinheiros, São Paulo).
Desenvolvimento de roteiros, assessoria em pitching (como apresentar, em resumo, uma história, seus pontos de vista criativos e viabilidade) e consultoria de projetos são os ramos de ensino em que Machalski atua em Paris, onde vive há 30 anos. É professor do CEEA (Conservatoire Européen d’Ecriture Audiovisuelle), além da EICTV (Escuela Internacional de Cine y Televisión, de Cuba) e de projetos de pós-graduação em roteiro da Factoría del Guión, em Madri, Espanha. Ministra oficinas em cidades européias e em Buenos Aires, sua terra natal.
Machalski presta serviços para produtoras da indústria francesa como Gaumont, TF1, FR3 e Studio Canal, e companhias de médio porte em outros países. Fez consultoria de roteiros para os filmes Billy Elliot, de Stephen Daldry, Intimidade, de Patrice Chéreau, Plata Quemada, de Marcelo Piñeyro, Sarabanda, de Ingmar Bergman, Tango e Goya, ambos de Carlos Saura, e Spider – Desafie Sua Mente, de David Cronenberg.
Machalski não pretende impor regras, pelo menos, não tem sido essa a ementa de cursos e oficinas que tem ministrado. Ele fala de roteiro como um organismo dentro do qual os personagens são o coração, e por isso recebem dimensões emocionais. O objetivo do roteirista, segundo Machalski, é converter personagens em pessoas, que, como tais, devem ter lados obscuros e mudanças inesperadas.
Assim como é notório constatar que o cinema argentino contemporâneo tem emplacado histórias bem amarradas em linguagem cinematográfica, também é notório lembrar que o roteiro era um dos alvos críticos na engrenagem do cinema brasileiro. Em sua visita ao Brasil, Machalski deve demonstrar que para uma boa história chegar ao público, conhecer a técnica da linguagem é tão importante quanto explosões de criatividade. Ou seja, seguindo um aforismo conhecido no meio cinematográfico, com um bom roteiro pode-se fazer um filme ruim, mas de roteiros ruins nunca sairão bons filmes.
Miguel Machalski – palestra sobre roteiros de cinema. Nesta sexta-feira, às 19h30. Anfiteatro Heleni Guariba (auditório do Teatro Municipal) – pça. IV Centenário, s/nº, Centro, Santo André. Tel.: 4433-0716. Entrada franca.
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