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31 January, 2006
CRÉDITOS
O BALANÇO
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Direção
Marcos Zahoz Saturnino
Roteiro
Ana Maria Buim
Assistente de direção
Emerson Carlos Ferraz
Continuidade
Flavio Dias Marin
Dir. de Arte
Thais Scabio
Fotografia
Janaina Santino
Débora Bolzan
Câmera
Débora Bolzan
Gaffer
Erick Monstavícius
Assitente de Elétrica
Andréa Iseki
Guilherme Lazzarini
Técnico de Som
Carlos Canavó
Microfone
Norma Barros
Direção de Produção
Márcio Corte
Produção de locação
Fátima M. Moura
Produção de Casting
Gisela Lourenção
Produção Objetos
Daniel Bernardinelli
Produção Figurino
Patricia Toseti
Natalia Petreca
Produção Set
Giovani Zenatti Barros
Prod. de Equipamentos
Henrique Azevedo
Alimentação
Gabriel do Nascimento
Ana Cristina da Silva
Maquiagem
Gisela Lourenção
Edição
Marcos Zahoz Saturnino
Transporte
Aleksander Delfino
Motoristas
Ricardo Bortolin e Jurandir Beber
Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André
Professores:
Direção
Eduardo Aguilar
Fotografia
André Moncaio
Produção
Daniel Santiago
Roteiro
Julio Pessoa
Som
Kira Pereira
História da Imagem e Edição
Milton Bíscaro
Agentes Culturais
Ana Cristina da Silva
Vera Lúcia Navazinas
Coordenação
Eduardo Gonçalves e Mônica Cardella
Agradecimentos
Adega Espacial
Bar do Carlão
Bella Redonda - Pizzaria e Esfiharia
Brechó Tucano
Buffet Yama - Sr. Cláudio
Cachaçaria Central
Cantina e Pizzaria Paolo
Casa de Carnes Vila Pires
Cemitério Camilópolis
Central de Doces
Chalé - Pão de Queijo
Cristally - Restaurante e Café
Departamento de Parques e Àreas Verdes/SOSP
Doce Céu Bomboniere
Emia Jaçatuba
Empório da Carne - Sr. Paulo
Four Seasons - Sr. Américo
Garagem Municipal
Guarda Municipal
HG Inox
Kassel Alimentos
Loja do Real - Sr. Sato
Mercado Espacial - Sr. Augusto
Mini Mercado Gomeri Ltda.
O Casarão Refeições Coletivas Ltda.
Padaria Central - Sr. Elias
Padaria La Vy Pan
Padaria Portugal
Padaria Vitória Régia
Palácio do Pão
Pastelaria Sol Nascente
Patt - Embalagens e Artigos para festas
Pizza Bar Vero Verde - Sra. Nádia
Pizzaria San Marco
Planet Pizzas
Quitanda Margarida
Restaurante Aquario's
Restaurante Baby Beef
Restaurante Chabocão
Restaurante e Café Cristally
Silvia Biederman
Sucos e Lanches Araçatuba
Vhanda Novidadades - Sra. Andressa
APOIO:
SCENICA
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Este vídeo foi produzido pelos alunos da Escola Livre de Cinema e Vídeo, uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Santo André.
Dezembro/2005
A construção de uma cena genial por ALFRED HITCHCOCK
A moça veste o velho vagabundo com um bom terno e leva-o para um grande hotel onde está havendo um chá dançante. Te muita gente por lá. O vagabundo diz à moça: "É meio ridículo procurar um rosto com um tique nervoso entre todas essas pessoas". Logo depois dessa frase, ponho a câmera no ponto mais alto do salão do hotel, perto do teto, e, suspensa na grua, ela cruza o salão de baile, passa pelos dançarinos, chega ao tablado onde estão os músicos negros, isola um desses músicos, que está na bateria. O travelling continua, dando um close no baterista, que também é negro, até que seus olhos enchem a tela e, nesse momento, se fecham: é o famoso tique nervoso. Tudo isso numa só tomada
É um de seus princípios: do mais afastado para o mais perto, do maior para o menor...
É. Nesse instante, corto e volto ao vagabundo e à moça, ainda sentada no mesmo lugar, no outro extremo da sala. Agora o público sabe e a pergunta que faz é: "Como o vagabundo e a moça vão descobrir esse homem?" Um policial que lá se encontra avista a heroína e a reconhece, pois ela é
a filha de seu chefe. Vai telefonar. Para os músicos, há uma curta pausa durante a qual eles vão fumar num camarim e, ao atravessar o corredor, o baterista vê dois policiais chegando pela entrada de serviço do hotel. Como ele é culpado, esquiva-se discretamente, retorna seu lugar na orquestra e a música recomeça.
Agora o baterista nervoso vê, no outro extremo do salão de dança, os policiais conversando com o vagabundo e a moça. O baterista imagina que os policiais o procuram e acha que foi descoberto; seu nervosismo aumenta e ele começa a tocar mal, e o que faz com o bombo é muito ruim. Toda a orquestra se ressente e perde o ritmo da música por causa desse baterista titubeante. E a coisa piora. A moça, o vagabundo e os policiais se preparam para sair do salão pelo corredor que fica ao lado da orquestra. Na verdade, o baterista não corre mais nenhum risco, mas não sabe, e tudo o que vê são uniformes que avançam para ele. Seus olhos indicam que está cada vez mais nervoso; por causa de suas falhas na bateria, a orquestra é obrigada a parar, os dançarinos também e no final o baterista cai desmaiado no chão, arrastando consigo o bombo, que faz um barulhão, no exato momento em que o nosso grupinho ia cruzar a porta.
O que é toda essa barulheira? O que houve? A moça e o vagabundo se aproximam do baterista inerte. Dissemos no início do filme que a moça se dedicava ao bandeirantismo e era especialista em primeiros socorros. (Inclusive conheceu o jovem na delegacia ao cuidar dele, depois de seu desmaio). Então ela diz: "Vou tentar ajudar esse homem, socorrê-lo", e se aproxima dele; logo vê seus olhos agitados por tremores e, sem perder a calma, continua: "Dê-me uma toalha para enxugar o rosto dele, por favor". É claro que o reconheceu, finge que está cuidando do homem e pede ao vagabundo que se aproxime. Um garçom traz a toalha molhada e ela enxuga o rosto do baterista, que era um falso negro. A moça olha para o vagabundo e este lhe diz: "Sim, é ele mesmo".
Eu vi esse filme há muito tempo na Cinemateca e não me lembrava dessa cena, que foi extremamente apreciada. Todos acharam fantástica, sobretudo o travelling pela sala.
Isso me tomou dois dias, somente para o travelling.
É o mesmo princípio de Interlúdio: a câmera em cima do grande lustre, abarcando todo o hall de entrada e enquadrando, no fim do movimento, a chave da tranca na mão de Ingrid Bergman.
Isso é a linguagem da câmera, que substitui o diálogo. Em Interlúdio. esse grande movimento da máquina diz exatamente: eis que há uma grande recepção nesta casa, mas aqui existe um drama e ninguém desconfia, e esse drama reside num único fato, num pequeno objeto: aquela chave.
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Hitchcock Truffaut - Entrevistas, edição definitiva
Cia das Letras
2004
30 January, 2006
ÉTICA E ESTÉTICA
ÉTICA E ESTÉTICA
ÉTICA E ESTÉTICA
ÉTICA E ESTÉTICA
ÉTICA E ESTÉTICA
ÉTICA E ESTÉTICA
ÉTICA E ESTÉTICA
ÉTICA E ESTÉTICA
ÉTICA E ESTÉTICA
ÉTICA E ESTÉTICA
ÉTICA E ESTÉTICA
ÉTICA E ESTÉTICA
ÉTICA E ESTÉTICA
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ÉTICA E ESTÉTICA
ÉTICA E ESTÉTICA
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ÉTICA E ESTÉTICA
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ÉTICA E ESTÉTICA
ÉTICA E ESTÉTICA
ÉTICA E ESTÉTICA
28 January, 2006
O encontro, 2005
Esculpir o tempo, Andrei Tarkovski
Andrei Tarkovski: sobre a função da arte
Quanta verdade há nisso! De outra forma, o artista estará impondo suas idéias ao seu público. Alguém terá dito que ele é mais inteligente do que as pessoas na platéia, o leitor com um livro nas mãos, ou o espectador na primeira fila do teatro? Acontece, simplesmente, que o poeta pensa por imagens, com as quais, ao contrário do público, ele pode expressar sua visão do mundo. É óbvio que a arte não pode ensinar nada a ninguém, uma vez que, em quatro mil anos, a humanidade não aprendeu absolutamente nada.
Se houvéssemos sido capazes de prestar atenção à experiência da arte e de permitir que ela nos modificasse de acordo com os ideais que expressa, já teríamos nos transformado em anjos há muito tempo. A arte tem apenas a capacidade, através do impacto e da catarse, de tornar a alma humana receptiva ao bem. É ridículo imaginar que se pode ensinar as pessoas a serem boas, assim como é impossível pensar que alguém possa tornar-se uma esposa fiel seguindo o exemplo “positivo” da Tatiana Larina, de Puchkin. A arte só pode oferecer alimento – um impulso, um pretexto para a experiência espiritual. (p. 55)
(...)
Esculpir o tempo, Andrei Tarkovski. 2a. edição, São Paulo. Martins Fontes, 1998.
Un chien andalou (1929)